Polícia de Motta comete violência contra jornalistas desde agosto, diz site

Fenaj repudia agressões, censura e cobra explicações do presidente da Câmara

Polícia de Motta comete violência contra jornalistas desde agosto, diz site (Foto: Marina Ramos - Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), vem sendo acusado de violência contra jornalistas por meio da Polícia Legislativa desde agosto, segundo apuração do The Intercept Brasil. O episódio mais recente ocorreu nesta terça-feira (9), quando profissionais de imprensa foram retirados do plenário e impedidos de trabalhar. A transmissão da TV Câmara também foi interrompida, o que levou a Fenaj a classificar o caso como censura e agressão.

Segundo o veículo, a escalada de violência começou em agosto, quando um repórter do Metrópoles foi empurrado ao questionar Motta sobre suposto esquema de “rachadinhas” em seu gabinete — denúncia posteriormente arquivada pelo TCU.

Nos meses seguintes, outros episódios foram registrados: seguranças formaram um “paredão” para impedir que jornalistas se aproximassem, e uma repórter teve o pulso segurado para não filmar o presidente da Câmara.

A expulsão mais recente ocorreu durante o protesto do deputado Glauber Braga (PSOL), que teve a cassação pautada e foi retirado à força do plenário. Durante a operação da Polícia Legislativa, jornalistas relataram puxões de cabelo, socos e empurrões, além de ordens diretas de agentes para que deixassem o local.

Mais tarde, durante a votação do PL da Dosimetria, que reduz a pena de condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro — inclusive de Jair Bolsonaro — Motta cortou o microfone da deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), que denunciava as agressões e a censura.

Em nota conjunta, a Fenaj e o Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal (SJPDF) classificaram o ocorrido como “extremamente grave”, afirmando que se trata de um ataque à liberdade de imprensa e ao direito à informação, princípios fundamentais da democracia. As entidades exigem explicações de Hugo Motta e a responsabilização dos agressores.

As organizações destacam ainda que medidas autoritárias como esta remetem a práticas da ditadura militar, e não podem ser normalizadas no Congresso Nacional, que deveria defender os direitos da população. Ambas afirmam que seguirão monitorando os desdobramentos do caso.

O Mais Goiás procurou a assessoria de Hugo Motta para comentar os episódios. Até o momento, não houve retorno.

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