O paraense Matheus Santa Rosa dos Santos, de 24 anos, faleceu na última quarta-feira (3) após contrair raiva humana na região de Oiapoque, no Amapá. Natural de São Caetano de Odivelas, no nordeste paraense, ele estava internado há duas semanas na UTI do Hospital Universitário Barros Barreto, em Belém, unidade de referência para o tratamento de infecções. A morte de Matheus é o terceiro caso de raiva humana no Brasil este ano, de acordo com o Ministério da Saúde.
O ataque Matheus foi mordido por um macaco enquanto pescava na região do Cabo Orange, no município de Oiapoque, área de manguezal. A mordida, localizada na cabeça, foi classificada como de alto risco para a transmissão da doença. Alguns dias após o incidente, Matheus apresentou os sintomas clássicos da raiva humana, como hidrofobia, agitação, e dificuldade para engolir, sinais que indicam a rápida evolução da doença.
Após exames laboratoriais realizados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, foi confirmada a presença do vírus da raiva, com o sequenciamento genético apontando a variante AgV3, associada a morcegos hematófagos ou frugívoros. As investigações indicam que a transmissão provavelmente ocorreu através de morcegos.
Medidas de controle A Secretaria de Saúde do Amapá (Sesap) e a Secretaria de Saúde do Pará (Sespa) reforçaram que equipes de saúde, laboratórios e órgãos ambientais foram mobilizados para conter riscos de contaminação e investigar o foco de transmissão da doença.
Outros casos no Brasil Este é o terceiro caso de raiva humana no Brasil em 2025, e o primeiro na região Amazônica. Outros dois casos foram registrados no Ceará e em Pernambuco, ambos relacionados a mordidas de saguis infectados com variantes silvestres do vírus. O Ministério da Saúde mantém estoques de soro e vacina antirrábica e apoia os estados na prevenção e no tratamento pós-exposição.
O que é a raiva humana? A raiva humana é uma doença viral quase 100% letal, causada por um vírus presente principalmente na saliva de mamíferos infectados, como morcegos, macacos, cães, gatos, entre outros. A transmissão ocorre através de mordidas, arranhões ou contato com secreções infectadas. O tratamento com soro e vacina antirrábica deve ser iniciado imediatamente após o incidente para evitar o agravamento da doença.
O caso de Matheus levanta um alerta para populações em áreas rurais ou de fronteira com territórios silvestres, como pescadores, ribeirinhos, e trabalhadores extrativistas, ressaltando a necessidade de educação em saúde, monitoramento constante e prevenção da raiva nas regiões afetadas.
(Com Roma News)
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