"Quero medir quem é que cuidou mais do povo de Minas, São Paulo e Goiás", afirmou Lula nesta quinta-feira
Lula diz que vai andar pelo país e comparar ações com as do governo Caiado em 2026 (Foto: Palácio do Planalto)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adotou um tom de campanha em visita a Belo Horizonte. Lula disse que 2026 é o "ano da verdade" e que vai comparar as políticas sociais de seu governo com as dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, em alusão aos governadores de oposição Romeu Zema (Novo), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ronaldo Caiado (União Brasil). Os três são vistos como possíveis presidenciáveis pela direita.
— Este ano foi o ano do plantio e da colheita. O ano que vem vai ser o ano da verdade. Nós vamos andar pelo Brasil. Vamos nos colocar a nu (…), quero fazer uma comparação de política social aqui em Minas Gerais. Quem fez mais política social: o governo federal ou o estadual? Em todas as áreas, não tem critério. Ele (o governador mineiro, Romeu Zema) pode até escolher o assunto. Quero medir quem é que cuidou mais do povo de Minas Gerais. Eu quero fazer o mesmo com São Paulo. Eu quero fazer o mesmo com Goiás — disse Lula.
O presidente foi à capital mineira para levar a chamada Caravana Federativa, política iniciada por Lula em 2023, por meio da qual o presidente e seus ministros atendem prefeitos da região para ouvir suas demandas e sugestões de políticas públicas.
Lula também voltou a ironizar o episódio em que Zema publicou em suas redes sociais um vídeo em que aparecia comendo banana com casca em meio a críticas ao governo federal. Ao ressaltar o caráter interativo da Caravana Federativa, Lula comentou que chamou os governadores dos Estados ao Planalto em 2023 para deliberar sobre o Novo PAC: — O PAC não foi decisão minha. Em janeiro de 2023 convoquei os 27 governadores de Estado. Estava lá Tarcísio, estava Zema. O Zema não falou nada porque ele só come banana com casca, não tinha aprendido a descascar a banana ainda. Então ele não vai a lugar nenhum. O cara que não aprendeu a descascar banana não pode querer fazer nada mais — disse Lula.
Em seguida, o presidente voltou a mencionar o vídeo e disse que faria um apelo a Zema: — Se o Zema quiser, eu posso fazer um cursinho a distância para ensinar ele a descascar banana e comer — ironizou o presidente.
Em seu discurso, Lula também criticou Jair Bolsonaro ao abordar a eliminação de ministérios no governo anterior. O presidente também disse que a liberação de armas, tema caro ao bolsonarismo, favorece o armamento de organizações criminosas.
— Passamos dois anos reconstruindo ministérios. Não tinha mais o Ministério das Cidades, o dos Direitos Humanos, o da Cultura, o da Mulher, o do Trabalho, não tinha ministério de nada. Acabou, porque o cidadão que governava este país não governava, brincava de contar mentira. A única coisa que ele fazia era liberar armas para fazer com que o crime organizado estivesse mais armado neste país — afirmou.
O petista adaptou ainda a metáfora da raposa cuidando do galinheiro para o contexto eleitoral.
— Nosso papel é começar a dizer para cada cidadão: não acredite, pelo amor de Deus, mesmo que a raposa tenha uma penugem branca, uma penugem lilás, uma vermelha…se colocar ela no galinheiro, ela vai comer as galinhas. É do DNA dela. Ela pode ser adestrada, ser criada no seu sítio, você fazendo cafuné na cabeça dela. Mas, na hora que você soltar ela no galinheiro, ela vai comer a galinha e o galo. Temos que aprender isso, porque no ano que vem é ano de eleição e vamos ter que decidir que país a gente quer. Se é um que faz distribuição de livros ou de armas. A gente quer investimento na cultura ou na ignorância? A gente quer que nossos meninos virem engenheiros ou sejam eternamente pedreiros e ajudantes de pedreiros? — disse Lula, sob aplausos.

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