Correios suspendem benefício de Natal de R$ 2,5 mil para carteiros

A crise é considerada a mais grave da história recente da instituição

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Os Correios decidiram não manter neste ano o benefício de Natal no valor de R$ 2,5 mil, pago pela última vez aos funcionários em 2024 como parte do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A estatal justificou a suspensão alegando o cenário financeiro crítico enfrentado pela companhia, que acumula prejuízos consecutivos.

O balanço mais recente aponta um rombo de R$ 6 bilhões apenas entre janeiro e setembro de 2025, marcando o 13º trimestre seguido de perdas — sequência que começou no fim de 2022. A situação é considerada a mais grave crise já vivida pela empresa em sua história recente.

Além da suspensão do benefício natalino, os Correios ampliaram o Programa de Demissão Voluntária (PDV), que agora pode envolver até 15 mil empregados. A previsão é que 10 mil desligamentos ocorram em 2026 e outros 5 mil em 2027.

Tesouro impõe condições para empréstimo bilionário

As dificuldades para captar recursos também afetam o planejamento da estatal. O Tesouro Nacional informou que não dará aval ao empréstimo de R$ 20 bilhões solicitado pelos Correios caso a taxa de juros supere 120% do CDI. A negativa coloca em risco a estratégia financeira da empresa, que contava com o crédito para aliviar seu caixa.

O governo federal avalia alternativas de curto prazo para tentar viabilizar novas negociações com os bancos, possivelmente com aportes temporários do Tesouro. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que qualquer ajuda terá de seguir as regras fiscais vigentes.

Negociações seguem com representantes dos trabalhadores

Em nota enviada ao Metrópoles, a assessoria dos Correios informou que todas as questões envolvendo o ACT continuam sendo discutidas exclusivamente com as representações dos trabalhadores nas mesas formais de negociação.

Enquanto isso, funcionários permanecem apreensivos diante das mudanças, que atingem diretamente benefícios e políticas internas de recursos humanos — já pressionadas pela crise financeira e pela possibilidade de reestruturações ainda maiores.

Fonte: Em tempo

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