Alta é puxada por encargos do setor elétrico e supera projeções do IPCA e do IGP-M
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A conta de energia elétrica dos brasileiros deve terminar o ano de 2025 com um aumento médio de 7%, segundo projeção atualizada da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O percentual é superior às estimativas oficiais dos principais índices de inflação do país, como o IPCA e o IGP-M, indicando um peso maior do custo da energia no orçamento das famílias.
De acordo com dados divulgados no boletim InfoTarifa 2025, a previsão inicial de reajuste era de cerca de 3,5%, mas foi revista para cima ao longo do ano. A Aneel aponta que o principal fator para a elevação é o crescimento da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), fundo que financia políticas públicas do setor elétrico.
Encargos e ajustes tributários pressionam tarifas
Além da CDE, outro elemento que contribuiu para o aumento foi a devolução de valores relacionados ao PIS/Cofins, que ficou abaixo do volume inicialmente estimado, reduzindo o efeito de compensação nas tarifas finais.
Enquanto isso, as projeções inflacionárias para o período indicam comportamento mais moderado: o IPCA deve fechar o ano em torno de 4,4%, enquanto o IGP-M, índice frequentemente associado a contratos e aluguéis, apresenta expectativa de variação próxima de zero.
Bandeira tarifária ameniza impacto em dezembro
No mês de dezembro, a Aneel acionou a bandeira tarifária amarela, o que representa um custo adicional menor em relação à bandeira vermelha aplicada no mês anterior. Com a mudança, a cobrança extra passou a ser de R$ 1,88 a cada 100 kWh consumidos, contra R$ 4,46 na bandeira vermelha patamar 1.
Apesar do alívio pontual, a agência alerta que o cenário estrutural do setor segue pressionado, o que mantém a tendência de reajustes acima da inflação em médio prazo.
Segundo a Aneel, o acompanhamento constante dos custos do sistema elétrico é essencial para garantir o equilíbrio financeiro do setor, ao mesmo tempo em que busca reduzir impactos para os consumidores.

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