Caso Benício: investigação apura possível erro médico e tentativa de alterar prontuário em Manaus

Delegado afirma que testemunhas relataram tentativa de mudança no registro hospitalar; defesa da médica diz que falha seria do sistema do hospitalFoto Divulgação

A investigação sobre a morte de Benício Xavier, de 6 anos, ocorrida na madrugada de 23 de novembro, em Manaus, segue em andamento.

Segundo o delegado Marcelo Martins, do 27º Distrito Integrado de Polícia (DIP), três testemunhas relataram que a médica Juliana Brasil Santos teria tentado alterar o prontuário hospitalar após a administração de adrenalina no paciente.

De acordo com a Polícia Civil, há suspeita de que o medicamento tenha sido aplicado por via intravenosa, em doses superiores ao recomendado. A técnica de enfermagem Raiza Bentes Paiva, responsável pela aplicação, também é investigada. Ambas seguem respondendo em liberdade.

A médica admitiu o erro em documentos e mensagens analisados no inquérito. A defesa, no entanto, afirma que a declaração ocorreu “no calor do momento” e sustenta que o prontuário pode ter sido modificado automaticamente pelo sistema eletrônico do Hospital Santa Júlia devido a instabilidades. Um vídeo teria sido entregue às autoridades demonstrando a suposta falha na plataforma.

Nos depoimentos recentes, médicos, enfermeiros e familiares foram ouvidos para esclarecer o atendimento prestado à criança, que chegou ao hospital com suspeita de laringite. O pai afirmou que questionou a via de administração da medicação.

A Polícia Civil chegou a pedir a prisão da médica, mas a Justiça autorizou que ela responda ao inquérito em liberdade, por meio de habeas corpus preventivo.

O Ministério Público do Amazonas defendeu a suspensão cautelar do exercício profissional da médica e da técnica de enfermagem até a conclusão do caso.

O inquérito segue investigando eventual responsabilidade e se houve dolo eventual no atendimento prestado à criança.

Fonte: Em tempo Manaus 

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