Gratificação natalina deve beneficiar mais de 95 milhões de brasileiros, injetar R$ 369,4 bilhões na economia do país e quase R$ 7,6 bilhões no Pará, com impacto direto no consumo e na renegociação de dívidas.
Pagamento do 13º deve beneficiar 2,33 milhões de pessoas no Pará Crédito: José Cruz/Agência Brasil
O pagamento da primeira parcela do 13º salário de 2025 entra na fase final do calendário. Como o prazo tradicional, 30 de novembro, cairá em um domingo neste ano, empresas e órgãos públicos são obrigados a antecipar o depósito para esta sexta-feira (28). A gratificação é um direito de trabalhadores com carteira assinada, servidores públicos e segurados do INSS.
O cálculo segue a regra de 1/12 da remuneração por mês trabalhado: quem esteve empregado durante todo o ano recebe o valor integral; quem trabalhou parte de 2025 ganha proporcionalmente. A segunda parcela deve ser paga até o dia 20 de dezembro e, nessa etapa, incidem os descontos de INSS, Imposto de Renda (quando aplicável) e ajustes de remuneração variável, como comissões e horas extras.
Injeção bilionária na economia
O 13º salário representa um reforço significativo no fluxo de renda do país, impulsionando o consumo no comércio e serviços — setores que tradicionalmente concentram a movimentação econômica de fim de ano. Em 2025, o pagamento tem potencial para injetar cerca de R$ 369,4 bilhões na economia brasileira, o equivalente a 2,9% do PIB.
A projeção aponta que 95,3 milhões de brasileiros receberão a gratificação, com valor médio estimado de R$ 3.512,00. O cálculo considera dados da Rais, do Novo Caged, da Pnad Contínua (IBGE), da Previdência Social e da Secretaria do Tesouro Nacional, reunidos pelo Dieese.
Pará deve movimentar quase R$ 7,6 bilhões
No Pará, o Dieese/PA estima que o pagamento do 13º salário, somando as duas parcelas, deve alcançar R$ 7,6 bilhões até dezembro, beneficiando cerca de 2,33 milhões de pessoas. O número representa um crescimento próximo de 7% em relação a 2024.
Desse total:
- 1.461.033 são trabalhadores assalariados do setor público e privado (62,7% do total);
- 30 mil são empregados domésticos com carteira assinada (1,3%);
- 838.226 são aposentados e pensionistas do INSS (36%).
O valor médio do 13º no estado foi calculado em R$ 2.958,74, excluindo beneficiários dos regimes próprios estadual e municipal.
Entre os grupos, os trabalhadores formais devem receber, em média, R$ 3.832,92. Já empregados domésticos tendem a receber R$ 1.851,00, enquanto aposentados e pensionistas do INSS terão média de R$ 1.474,69.
Dívidas em alta tornam 13º ainda mais importante
Para o Dieese/PA, o pagamento chega em um momento crucial: os índices de inadimplência continuam altos no estado, pressionando o orçamento das famílias. Consumidores paraenses seguem com dificuldades especialmente em setores como varejo, serviços e cartão de crédito.
Com isso, o órgão reforça a recomendação de que, sempre que possível, trabalhadores usem parte da primeira parcela do 13º para negociar dívidas, obter descontos à vista e aliviar os juros, ainda elevados no país.
A quitação de pendências permite que o consumo volte a crescer de forma mais sustentável, beneficiando diretamente o comércio local, que depende das vendas de fim de ano.

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