Flávio Bolsonaro descarta acordo sobre dosimetria e mira aprovação do PL da Anistia

O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que já iniciou articulações com Hugo MottaDivulgação 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (24/11) que a oposição intensificará a pressão sobre o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), para colocar em votação o Projeto de Lei da Anistia, voltado a isentar de punição os condenados por envolvimento na trama golpista de 8 de janeiro. Segundo o parlamentar, qualquer negociação relacionada à redução das penas — defendida pelo relator do PL da Dosimetria, Paulinho da Força (Solidariedade-SP) — está completamente descartada.

"Nosso objetivo único é aprovar o PL da Anistia na Câmara e, em tendo êxito, no Senado", declarou Flávio após reunião com parlamentares do PL, em Brasília. Ele reiterou que a sigla não aceitará discutir dosimetria: “Sempre deixamos claro que esse tipo de acordo nós não faríamos. Vamos usar os artifícios regimentais para aprovar a anistia”.

A estratégia defendida pela bancada é aprovar o benefício por meio de um destaque durante a votação do texto.

Movimentação entre Câmara e Senado
O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que já iniciou articulações com Hugo Motta e com o presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Segundo Marinho, Motta estaria consultando líderes partidários para tratar da matéria, enquanto Alcolumbre estaria em “fase de amadurecimento” sobre o tema.

Apesar de ter cogitado obstruir votações, o PL agora defende “destravar a pauta” para acelerar a análise da anistia.

Antes da prisão de Jair Bolsonaro, ocorrida no sábado (22/11), Motta havia sinalizado abertura para discutir o tema. Porém, diante do desgaste recente após votações polêmicas como a PEC da Blindagem, aliados avaliam que o presidente da Câmara deve agir com cautela em pleno ano pré-eleitoral.

Contexto da prisão de Bolsonaro
A prisão preventiva do ex-presidente foi determinada após a Polícia Federal apontar risco de fuga, provocado pela vigília convocada por Flávio Bolsonaro em frente ao condomínio onde o pai residia. A corporação, junto com a Procuradoria-Geral da União, alertou que a aglomeração poderia facilitar uma tentativa de evasão.

Além disso, a decisão cita a violação da tornozeleira eletrônica. Um vídeo registrado por uma servidora do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica mostra Bolsonaro admitindo ter utilizado um ferro de solda para queimar o dispositivo. A tornozeleira precisou ser substituída horas antes da operação da PF.

Em setembro, o STF condenou o ex-presidente a 27 anos e 3 meses de prisão por sua participação na articulação golpista.

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