Condenado pela morte de Dorothy Stang recebe nova pena por grilagem e crimes ambientais no AM

Segundo as investigações, o grupo atuava na Floresta do Antimary, no Acre, e em duas áreas ilegais no município de Lábrea (AM).Arquivo pessoal

O fazendeiro Amair Feijoli da Cunha, condenado por envolvimento na execução da missionária norte-americana Dorothy Stang, recebeu uma nova pena da Justiça Federal do Amazonas. A decisão, publicada no último dia 10, determina 9 anos de prisão por crimes ambientais relacionados à ocupação ilegal de terras públicas. O réu, no entanto, poderá recorrer em liberdade.

Condenações

Além de Amair Feijoli, outras três pessoas foram sentenciadas:

  • Alexandre Alcantara Costa – 6 anos e 4 meses de prisão
  • José Admir Ferreira – 12 anos e 9 meses
  • Patrick Coutinho da Cunha (filho de Feijoli) – 12 anos e 8 meses

Segundo as investigações, o grupo atuava na Floresta Estadual do Antimary, no Acre, e em duas áreas ilegais no município de Lábrea (AM). Todos os réus poderão aguardar o julgamento dos recursos em liberdade.

Invasão e desmatamento em áreas públicas

As ações da Polícia Federal revelaram que Feijoli havia ocupado terras da União desde 2005, desmatando e explorando ilegalmente áreas protegidas. As investigações identificaram a devastação equivalente a 800 campos de futebol.

Imagens obtidas em operações anteriores da PF no Acre e no Amazonas mostram o avanço das derrubadas e o uso das áreas para grilagem.

Defesa nega crimes

O advogado de Feijoli e de seu filho, Danilo Gonçalves de Campos, afirma que ambos são inocentes e que irão recorrer da decisão.
“O acusado informa que todas as terras são documentadas e que jamais praticou desmatamento ou integrou organização criminosa. Buscaremos justiça para que ele seja absolvido”, declarou o defensor.

As defesas dos outros condenados foram procuradas, mas ainda não se manifestaram.

Prisão em operação anterior

Feijoli chegou a ser preso em agosto de 2023, após determinação judicial para desocupar áreas ocupadas irregularmente. Uma ação civil pública do Ministério Público Federal do Acre, em 2022, já havia determinado sua saída da Floresta do Antimary em até 60 dias.

Na época, a Polícia Federal destacou que o grupo era responsável por crimes ambientais graves e por movimentar redes de grilagem na região Norte.

Relembre o caso Dorothy Stang

A missionária Dorothy Stang foi assassinada em 2005, no Pará, após anos de combate à grilagem e ao desmatamento ilegal. Feijoli foi condenado por contratar os pistoleiros responsáveis pela execução.

Apesar da notoriedade do caso, as autoridades destacam que crimes ambientais e conflitos agrários permanecem recorrentes na região.

Crimes podem superar 20 anos

De acordo com a PF, os crimes investigados — associação criminosa, invasão de terras públicas, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro, estelionato e desmatamento — somados podem ultrapassar 20 anos de prisão.

As ações seguem em andamento no Acre e no Amazonas, e novas denúncias podem surgir conforme avançam as investigações federais.

Fonte: Am post

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