A reação veio após a justificativa de Moraes que mencionou a proximidade da residência de Bolsonaro com a Embaixada dos EUA.
Foto: Alan Santos / Agência Brasil
O advogado norte-americano Martin De Luca, que representa a Trump Media e a plataforma Rumble, criticou duramente a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada na manhã deste sábado (22/11) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em comunicado, De Luca chamou a decisão de “frágil”, “satírica” e um “insulto” ao ex-presidente Donald Trump e ao senador Marco Rubio.
A reação veio após a justificativa de Moraes que mencionou a proximidade da residência de Bolsonaro com a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, apontando risco potencial de fuga. Segundo o advogado, essa argumentação seria “absurda” e ofensiva ao governo norte-americano.
“Moraes literalmente argumentou que, porque Bolsonaro mora a poucos minutos de carro da Embaixada Americana, ele poderia tentar fugir para lá. Como se os Estados Unidos — que sancionaram Moraes por abusos de direitos humanos — fossem contrabandear Bolsonaro para fora do Brasil”, afirmou.
“Insulto a Trump e Marco Rubio”
De Luca classificou o trecho da decisão como uma afronta direta a lideranças norte-americanas. “É difícil imaginar um insulto mais gratuito a Donald Trump e Marco Rubio”, declarou.
Para ele, as exigências legais para prisão preventiva no Brasil — como evidências objetivas de risco de fuga, atos concretos de obstrução ou impossibilidade de medidas menos severas — não teriam sido preenchidas no caso de Bolsonaro.
“O ministro não apresentou nada disso. Ele descreveu apenas um plano de fuga hipotético baseado em geografia, especulação e medo de uma multidão pacífica”, disse.
Crítica ao “timing” após gesto dos EUA ao Brasil
O advogado também chamou atenção para o contexto diplomático. Segundo ele, a decisão de Moraes ocorreu “um dia depois” de os Estados Unidos flexibilizarem parte das tarifas impostas ao Brasil, o que, na visão de De Luca, torna o momento ainda mais “desafiador”.
“A decisão é tão frágil que beira a sátira”, completou.
Bolsonaro foi preso por risco de fuga
Jair Bolsonaro foi detido pela Polícia Federal por ordem de Moraes sob alegação de risco iminente de fuga. A prisão preventiva não está vinculada à condenação de 27 anos na ação da trama golpista, que ainda está em fase de recursos.
Na sexta-feira (21/11), a defesa do ex-presidente enviou ao STF um pedido para que ele permanecesse em prisão domiciliar, apresentando laudos médicos e alegando fragilidade de saúde. O pedido, no entanto, foi superado pela decisão de Moraes emitida na manhã seguinte.

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