Acusado de matar esposa estrangulada é condenado a mais de 40 anos em Santarém


Na segunda-feira (30) a 50ª Sessão do Tribunal do Júri de 2025 foi realizada no Fórum da Comarca de Santarém.

Antônio Carlos Souza da Cruz sentou no banco dos réus para os procedimentos relacionados ao crime de feminicídio contra a companheira ocorrido em 12 de setembro de 2023. A sessão foi presidida por Gabriel Veloso de Araújo, Juiz e Titular da 3ª Vara Criminal.

Em acusação contra o julgado, a Promotora de Justiça Mariana Sousa Cavaleiro de Macêdo Dantas e na defesa, Dr. George Aguiar, Defensor Público. Vizinhos e parentes do casal foram ouvidos como testemunhas, além da Delegada Vanessa Travassos Cutrim responsável pelo inquérito policial.

No depoimento da prima da vítima, foi relatado que o filho primogênito do casal compartilhou a ela após o crime que o pai havia batido na mãe e estava tentando a ressuscitar, mas não podia falar porque o pai iria preso.

Após todos os depoimentos, apresentação de provas, e debates de acusação, o conselho de sentença estabeleceu ao réu a condenação de 40 anos e 6 meses no regime fechado.

“Os jurados fizeram análise das provas que foram colocadas, concordaram com o Ministério porque de fato a versão do suicídio construída pela acusado não encontrava nenhum respaldo nas provas testemunhais e técnicas que atestavam o crime, que ela foi estrangulada e não enforcada”, destacou Dra. Mariana Dantas, Promotora de Justiça

Complementou também que o réu foi bastante frio e muito cruel no que ele fez.

A família da vítima saiu do Fórum da Comarca com a justiça feita.




O crime

No dia 12 de setembro de 2023, Nádia Silva Freitas de Castro foi morta em um apartamento do casal situado na Avenida Cuiabá, esquina com a Paulo Maranhão, bairro Caranazal em Santarém.

Na noite anterior do crime, por volta de 20h, o casal discutiu por motivo banal o qual evoluiu para agressão física, como socos no rosto, porém, no dia seguinte, a vítima acabou sendo estrangulada até a morte por um cordão ‘ fio’ não localizado.

Nadia era mãe de dois filhos e vivia um relacionamento abusivo relacionado a agressões físicas e psicológicas por meio do companheiro que mantinha atos de controle e posse motivado por ciúmes, segundo apurado.

A ação criminosa aconteceu em um cômodo que o casal utilizava para depósito, onde após com ajuda do filho primogênito de apenas 9 anos colocou o corpo da vítima em cima da cama do casal.

Em ato contínuo, o segundo filho de 1 ano ainda chegou a ser amamentando na mãe, já morta.

O argumento de Antônio Carlos na época foi de que a vítima havia cometido suicídio por ser médium e estava possuída, além de ter acrescentado que a companheira estava sentada em uma cadeira com uma corda envolta do pescoço, inconsciente. Mas vale ressaltar que ele ainda relatou durante interrogatório que retirou o laço e ainda fez massagem cardíaca para reanimá-la.

Um dos procurados por ele com o objetivo de contar parcialmente o ocorrido e receber orientações e apoio financeiro, foi o padrinho de casamento identificado com Cícero Lopes. Ele também se encarregou de acionar a autoridade policial e o SAMU.

Mas somente depois dessas providências, que o Antônio Carlos (réu) comunicou a morte da vítima aos familiares, inicialmente a irmã que residia anexo ao apartamento deles, só que de forma tranquila.

Por fim diante das contradições apresentadas pelo acusado e provas foi decretada a prisão preventiva no dia 14 de setembro de 2023.

Por Wandra Trindade

O Impacto – colaborou Portal do Coruja

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