Pescadores participam de curso de beneficiamento do pirarucu em Santarém

O treinamento tem o objetivo de apresentar novas técnicas de cortes para melhor aproveitamento do gigante de águas doces e agregar valor ao produto
O treinamento tem o objetivo de apresentar novas técnicas de cortes para melhor aproveitamento do gigante de águas doces e agregar valor ao produto (Ândria Almeida/O Liberal)

Os pescadores das comunidades Santa Maria do Tapará, Tapara Miri, Pixuna, Tapará Grande e Costa do Tapará em Santarém participaram do curso de capacitação em boas práticas de manipulação e beneficiamento do pirarucu. O treinamento tem o objetivo de apresentar novas técnicas de cortes para melhor aproveitamento do gigante de águas doces e agregar valor ao produto.

O curso realizado é fruto de parcerias entre a Sociedade Para Pesquisa e Proteção do Meio Ambiente – Sapopema, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – Sebrae, a Secretaria Municipal de Agricultura e Pesca de Santarém-Semap, o Instituto Federal do Para-Ifpa e a Colônia de Pescadores Z-20.

As comunidades participantes do curso fazem o manejo do Pirarucu com a conservação dos lagos por meio da vigilância, e respeito ao período de reprodução da espécie, bem como o combate à pesca predatória.

As aulas foram ministradas pelo professor do Instituto Federal do Pará (IFPA), Roger Franzoni Pozzer, que repassou aos pescadores das cinco comunidades, orientações teóricas e práticas sobre a filetagem do Pirarucu. Para ele, a iniciativa deve valorizar o produto, além de permitir que novos cortes sejam feitos.
O treinamento tem o objetivo de apresentar novas técnicas de cortes para melhor aproveitamento do gigante de águas doces e agregar valor ao produto (Ândria Almeida/ O Liberal)

“Existem produtos que se podem fazer a partir do pescado. Como no caso do frango que existem cortes, paladares e valores diferenciados como a coxa, peito, asa, entre outros cortes. O Pirarucu também permite que a gente possa fazer esse tipo de produto. O objetivo do curso é mostrar como aproveitar melhor o pescado”, explicou.

Para a pescadora Natalina Almeida Maciel, da comunidade Santa Maria do Tapará, o curso trouxe uma nova perspectiva para trabalhar o pirarucu.

“Gostei mais de aprender como tirar a espinha do pirarucu, como cortar ele para fazer o bife, o filé e o lombo. Eu já sabia tirar o couro, mas da nossa forma aqui. Agora ficou melhor”, relatou.

O pescador Márcio Costa, morador da comunidade Santa Maria do Tapará, participou pela segunda vez do curso. Ele conta que o maior aprendizado foi a maneira correta de filetagem do pirarucu.

“Antes eu não sabia manusear ele corretamente. Hoje certamente estamos oferecendo um produto bem melhor para o consumidor. O corte do peixe se tornou mais fácil para a gente”, contou.

Antônio José Bentes, da coordenação da Sapopema, explicou que as aulas fazem parte de parcerias para fortalecer a cadeia de valor do pirarucu de manejo.

“O manejo é um trabalho grandioso feito pelas comunidades há mais de 20 anos e que hoje ganha uma dimensão maior, inclusive na perspectiva de que se torne uma política pública do estado, pois necessita de uma legislação específica, que vem sendo discutida”, relatou.

Fonte: Oliberal 

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