Mudança de coloração do Rio Mapuera foi causada por deslizamento de mais de 8 hectares de terras, aponta relatório

O deslizamento foi equivalente a oito campos de futebol, e segurança alimentar de povos indígenas daquela região preocupa Ministério Público Federal.
Deslizamento de serra arrastou grande quantidade de sedimentos para o leito do rio Mapuera, em Oriximiná — Foto: Semma Oriximiná/Divulgação

Em sobrevoo na região do rio Mapuera, no oeste do Pará, indígenas e técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) e da Frente de Proteção Etnoambiental Cuminapanema, constataram que a turbidez nas águas, detectada pelos indígenas que vivem nas margens do rio durante o fim de semana, foi provocada por um grande deslizamento de terras.

O sobrevoo ocorreu na segunda (30) e constatou o avanço de uma considerável quantidade de terra de um morro nas margens do leito do Mapuera. As terras avançaram para dentro das águas, desceram o rio e nesta terça (31) atingiram a calha do Trombetas, principal rio da região.

De acordo com relatório que contém análise de imagens de satélite enviado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), enviado ao Ministério Público Federal (MPF), o deslizamento totaliza mais de oito hectares de terras, o equivalente a oito campos de futebol.

De acordo com o MPF, por enquanto não há indícios de ter sido causado por ação humana mas há necessidade de resguardar a segurança alimentar e a saúde nutricional dos indígenas, quilombolas e ribeirinhos afetados pelas impurezas nas águas.

O MPF convocou reunião para quarta-feira (01) com representantes da prefeitura de Oriximiná, Secretaria de Meio Ambiente de Oriximiná, Funai, ICMBio, Ministério Público do Estado do Pará (MPPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Distrito Sanitário Especial Indígena Guamá-Tocantins, Instituto do Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Pará (Ideflor-Bio) e com os representantes dos povos indígenas da região.

A reunião vai ser virtual e deve discutir a questão da segurança alimentar e também a necessidade de se mitigar os danos ambientais provocados pelo deslizamento de terras.


Fonte: G1 Santarém 

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