PF e Instituto Chico Mendes vão investigar mudança na cor do Rio Tapajós


Alter do Chão - Crédito: Dani Filgueiras

A Polícia Federal e o Instituto Chico Mendes vão investigar o escurecimento das águas do Rio Tapajós, no distrito de Alter do Chão, em Santarém, no Pará. A situação tem chamado atenção dos órgãos ambientais nos últimos dias.

Na última quinta-feira, 20, o Ministério Público Federal (MPF) enviou requisições a órgãos ambientais para que informem quais medidas estão adotando para conter danos ao rio.

As requisições foram encaminhadas ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) e à Secretaria de Estado de Meio Ambiente.

O MPF enviou, ainda, solicitação à Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), para que a universidade informe se há estudos sobre a turbidez das águas e sobre casos de contaminação por mercúrio na população humana e animal da região.

O órgão também encaminhou manifestação à Justiça Federal para alertar que o município de Santarém vem descumprindo sentença de 2019 que determinou a realização de exames de balneabilidade periódicos na região das praias do distrito de Alter do Chão.

O MPF pediu à Justiça que o município seja obrigado a apresentar imediatamente os resultados dos exames. Em setembro do ano passado a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma) informou ao MPF que os exames seriam realizados naquele mês, mas desde então não apresentou os resultados, mesmo tendo sido cobrada pelo MPF.

A sentença de 2019 estabelece que, em caso de constatação de condições impróprias, os locais afetados devem ser interditados, as áreas devem ser sinalizadas e a qualidade ambiental das águas deve ser regularizada.

Mineração ilegal

A principal suspeita dos cientistas e moradores, é de que haja atividade de garimpos ilegais, a cerca de 300 quilômetros do local.

“A gente não consegue identificar se realmente é um fenômeno natural ou impulsionado pela mineração, atividade de mineração ilegal. Isso precisa ser investigado ainda. Através da análise posterior deste material a gente começa a identificar, comparando com dados de anos anteriores, se realmente está havendo mudanças estruturais na qualidade física, química e biológica da água”, afirmou Maurício Santamaria , do ICMBIO, em entrevista ao Jornal Nacional da TV Globo.

Fonte: Globo.com e MPF.

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