Moro diz que salário em consultoria que se beneficiou da Lava Jato é ‘questão privada’

Aliados avaliam que seria melhor o ex-juiz da Lava Jato revelar quanto recebeu pela consultoria
Moro é cancelado de evento sobre Direito após protestos de participantes - Foto: Reprodução/ Poder 360

O ex-ministro Sérgio Moro (Podemos) enfrenta um dilema antes mesmo de começara a campanha eleitoral em que o ex-juiz é pré-candidato à Presidência da República.

Um processo no Tribunal de Contas da União (TCU) pede que Moro revele os valores recebidos referente a consultoria que ele fez para a empresa Alvarez & Marsal, empresa que prestou serviços para empreiteiras afetadas pela Operação Lava Jato.

Agora, aliados avaliam que seria melhor o ex-juiz da Lava Jato revelar quanto recebeu pela consultoria. Aos aliados, ele diz que é uma “questão privada” e que confia nos precedentes do Supremo Tribunal Federal (STF) que barram a divulgação desse tipo de informação.

Os apoiadores concordam que o processo é parte de disputa política que pretende tumultuar a candidatura de Moro, ainda por causa de sua atuação na Lava Jato.

Esse argumento é utilizado por quem é contra a divulgação das informações. No entendimento deles, mesmo após a revelação dos salários, seus adversários encontrariam outra situação para desgastar o pré-candidato.

A Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD) foi quem protocolou no Ministério Público Federal (MPF) nessa terça-feira (25). No documento eles pedem para que Sergio Moro seja investigado por ter prestado consultoria.

A ABJD pediu a instauração de um inquérito para investigar as relações, as condições e os valores do contrato de Moro com a empresa, segundo a Folha de S.Paulo. A reportagem do Metrópoles confirmou a iniciativa tomada pela associação.

“Averiguação da natureza do trabalho desenvolvido por Sergio Moro na contratação, e a relação dele com as empresas assessoradas na consultoria, a fim de verificar possível cometimento de ilícitos de caráter penal e uso da Operação Lava Jato, que conduziu como juiz, para se favorecer”, afirmou a ABJD na representação.

Na solicitação, a associação de juristas também alega que o ex-juiz “teve acesso a informações privilegiadas que possuíam potencial de impacto em favor de seu trabalho na empresa”.

“Sua atuação foi, desde o início, absolutamente comprometida, mesmo que não tenha assinado pareceres ou peças nos casos concretos”, afirmou a ABJD no documento.

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