Crédito: Reprodução/ Pixabay/ Ilustrativa


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O aumento do preço da carne bovina fez os consumidores brasileiros mudarem hábitos alimentares e se adequarem à nova realidade financeira do país.

Em vez das tradicionais carnes de primeira, muitos têm procurado por produtos e outros cortes menos nobres. As opções são frango, ovos, carne de porco e partes menos demandadas do boi, como acém, lagarto e músculo.

Dados da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), mostram que em agosto deste ano, a procura por carnes dianteiras, consideradas de segunda, superou a demanda por partes mais nobres do boi nos açougues e hipermercados do país, sendo procuradas por 34,6% dos brasileiros. Enquanto que as carnes consideradas de primeira foram demandadas por 28,8% da população.

Os números mostram ainda que no acumulado deste ano, as carnes de segunda foram duas vezes mais consumidas do que as carnes de primeira. Outro ponto que chama atenção é que nos últimos 12 meses, a procura por frango congelado foi 38,1% maior do que as carnes bovinas, e o mesmo acontece com a demanda por ovos.

Segundo o levantamento da Abras, o consumo do ovo, de janeiro a agosto deste ano, foi quase 20% maior do que das proteínas provenientes do boi, sejam de peças nobres ou de segunda.

O professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), André Braz, aponta a alta da inflação como um fator que pressiona os valores das proteínas no Brasil. Ainda de acordo com o economista, dados do IPCA-15, mostraram que o preço da carne bovina subiu 22% nos últimos 12 meses. E que mesmo o ovo e a carne de porco, também sofreram aumento de 17,9% e 8,1%, respectivamente.

“Esse efeito da substituição é normal e perceptível. Sempre que vemos uma alta no preço de um produto, temos as pessoas procurando produtos parecidos e mais baratos para substituir, mesmo eles também tendo alta no preço”, disse.

“No início, a carne começa a ser substituída por carnes de segunda. O valor aumenta ainda mais, as pessoas migram para o frango, suínos, ovo e por assim vai. Muitas famílias perderam acesso à carne, e estamos vendo agora pessoas pegando osso, gordura, o que conseguem pagar. Acho que o cenário deve melhorar apenas no terceiro trimestre do ano que vem”, completou.

Fonte: CNN.

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