Agentes estiveram na sede do poder público municipal na manhã desta sexta. Contratos de serviços referentes à exploração de minérios foram apreendidos.
16/12/2016 12h25 - Atualizado em 16/12/2016 12h31
Agentes da Polícia Federal realizaram busca e apreensão na Prefeitura de Oriximiná, oeste do Pará, na manhã desta sexta-feira (16), em uma das ações da Operação nacional denominada Timóteo. O objetivo desarticular esquema de corrupção nas cobranças de royalties da exploração mineral. Segundo uma nota emitida pela Assessoria de Comunicação foram alvos desta ação, contratos com escritórios de advocacia que prestam serviços de consultoria ou serviços jurídicos referentes a exploração de recursos minerais.
Ainda segundo a nota, a prefeitura informa que, de fato, possui um contrato de inexigibilidade com o escritório de um dos advogados investigados. Porém, ressalta, que não foi realizado pagamento de qualquer valor a esse escritório, por se tratar de um contrato de risco, onde só haveria pagamento por honorários se houvesse recuperação de créditos para o município.
Todas as informações solicitadas pela Polícia Federal e que o poder público municipal permanece à disposição para colaborar com as investigações, caso necessário.
Operação Timóteo
A Polícia Federal (PF) deflagrou operação para desarticular esquema de corrupção nas cobranças de royalties da exploração mineral, na manhã desta sexta-feira (16), em 11 estados e no Distrito Federal. No Pará, foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, oito prisões temporárias e 11 conduções coercitivas.
A reportagem da TV Globo apurou que o filho do governador do Pará, Simão Jatene, é alvo da operação. O G1 entrou em contato com a Secretaria de Comunicação do Governo e aguarda posicionamento sobre o caso.
A suposta organização criminosa, de acordo com a PF, agia junto a prefeituras para obter parte dos 65% da chamada Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM) repassada aos municípios. Em 2015, o CFEM acumulou quase R$ 1,6 bilhão.
A operação foi batizada de Timóteo em referência a um dos livros da Bíblia. As ações da Polícia Federal ocorreram também em Goiás, Bahia, Mato Grosso, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins.
Entenda o esquema
As investigações apontam que a suposta organização criminosa era dividida em, pelo
menos, quatro grandes núcleos:
As investigações apontam que a suposta organização criminosa era dividida em, pelo
menos, quatro grandes núcleos:
- O núcleo captador, formado por um diretor do DNPM e pela mulher dele, que, segundo a PF, prospectavam prefeitos interessados em ingressar no esquema;
- O núcleo operacional, composto por escritórios de advocacia e uma empresa de consultoria registrada no nome da esposa do diretor do DNPM que comandava o esquema de corrupção. Esse núcleo, afirma a PF, repassava valores indevidos a agentes públicos;
- O núcleo político, formado por políticos e servidores públicos responsáveis pela contratação dos escritórios de advocacia integrantes do esquema;
- O núcleo colaborador, que, conforme os policiais, era responsável por auxiliar na ocultação e dissimulação do dinheiro desviado. Entre os integrantes desse núcleo está uma liderança religiosa que recebeu dinheiro do principal escritório de advocacia responsável pelo esquema. A PF apura se esse religioso emprestou contas bancárias da instituição que ele comanda para ocultar a origem ilícita do dinheiro.
Fonte G1
Fonte G1
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